ESTE MOTEL TEM CINEMA 3D, PISCINAS PRIVATIVAS E PRATOS ASSINADOS POR CHEFS

O Lush, comandado por Leonardo Dib e Felipe Martinez, investe em experiências diferenciadas para atrair mais clientes

07.06.2019|Por

O mercado de motéis não está entre os mais sofisticados da economia. Mas Leonardo Dib, 36 anos, e Felipe Martinez, 35, estão querendo mudar essa visão. Eles são os sócios do Lush, um motel que tem suítes com cinema 3D, piscinas privativas e pratos assinados por chefs. Além disso, oferece passeios em carros de luxo e em helicóptero, a fim de proporcionar experiências diferenciadas a seus clientes.

O motel existe há 30 anos e fica no bairro do Cambuci, em São Paulo. No entanto, o negócio ganhou fama com outro nome: Côncavo e Convexo.

Entre os primeiros sócios do motel estavam o pai de Martinez e o sogro de Dib. A geração mais nova só assumiu em 2010, querendo reestruturar e modernizar a empresa.

Por um período, os dois jovens ficaram nos bastidores. “Queríamos aprender como o negócio funcionava”, afirma Martinez. Eles começaram  a pensar não só em ter uma boa infraestrutura, mas oferecer um bom atendimento ao cliente e aprimorar a experiência desse consumidor.

A dupla reestrurou o negócio por três anos e investiu R$ 6 milhões no projeto. Eles redecoraram todas as 60 suítes, criaram um novo sistema de aquecimento de água e revitalizaram a fachada e a área externa. Investiram ainda na criação da nova marca, com um site mais moderno e uma nova estratégia nas redes sociais.

Os sócios consideraram na época que, com a revitalização do local, um novo nome acompanharia essa transformação. “Queríamos que as pessoas esquecessem o que conheciam e ficassem curiosas para experimentar um conceito diferente”, afirma Dib. Assim, em 2013, foi lançado o motel Lush.

Quando decidiram assumir o negócio da família, Dib e Martinez ainda eram executivos. Eles perceberam que, tratando o Côncavo e Convexo de forma mais profissional, poderiam transformar o mercado.

Mudar isso não foi fácil. Os dois investiram para elevar o nível de serviço, trabalhando também em conforto, decoração e gastronomia de ponta.

Um dos exemplos deste novo tratamento dado ao cliente são os pacotes de “experiências”. Algumas delas são um menu de degustação feito pelos chefs Leo Young e Izabel Alvares, participantes do programa Masterchef, dirigir uma Ferrari ou um Corvette por uma hora (com instrutor e seguro) ou um voo de helicóptero por São Paulo com duração de 30 minutos.

As suítes também são equipadas com as mais diferentes decorações e equipamentos. Uma delas, a “Lush Spa Splash”, conta com piscina privativa, hidromassagem, sauna e teto solar. O pernoite na suíte de 75 m² pode chegar a R$ 1,1 mil de acordo com o pacote. “Queríamos trazer todos os produtos de lazer para dentro do motel”, afirma Martinez.

Mas fazer parceria com outras marcas e fornecedores foi a maior dificuldade dos sócios. “As pessoas não viam o motel como um canal de vendas. Recebemos muitos ‘nãos’ antes de conseguir fechar acordos”, afirma Martinez.

Hoje, com 7 mil clientes por mês, o Lush já conquistou grandes parceiros. Empresas como a Três Corações, marca de café, e a Le Pain Quotidien, cafeteria belga, já trabalham com o motel. “Nós não vendemos sexo. Vendemos um ambiente confortável com design, segurança e gastronomia”, diz Dib. “Um casal pode não ter três ou quatro dias para fazer uma viagem, mas tem três ou quatro horas”, afirma Martinez.

Em relação à decoração, os sócios afirmam que o objetivo era criar um ambiente único, que não fosse nem parecido com um hotel e nem com uma residência.

Além disso, era importante que o design dos móveis fosse luxuoso, com cores e formatos diferentes. “Queríamos algo mais lúdico, para a pessoa sentir como se estivesse fazendo uma viagem para um mundo paralelo”, afirma Martinez.
Para 2021, o Lush espera abrir sua segunda unidade em São Paulo.

LHG – Com o crescimento da marca Lush, Dib e Martinez foram procurados por pessoas do mercado moteleiro para implementar o modelo em outros estabelecimentos. Assim, nasceu o Lush Hospitality Group (LHG), uma “operadora moteleira”.

A empresa surgiu em 2017 e presta serviço de consultoria e administração terceirizada de estabelecimentos. “É uma oportunidade de profissionalizar a área e de explorar um mercado pouco explorado”, afirma Martinez.

O primeiro cliente deles é a Tout, um motel de Campinas (SP) que foi relançado recentemente. Até o final do ano, eles planejam ter mais dois e tornar a marca uma franquia.

Link da matéria:  Revista PEGN